
19.1.09
18.1.09
17.1.09
14.1.09
Observatório da Paraíba
Os aliados políticos da Paraíba desafiam a inteligência de todos/as. O show pirotécnico recomeçou, basta ler os dois jornais de maior circulação no estado. Um fato não podemos negar, a estratégia de dividir para alternar o poder é um sucesso, pois conseguiram sufocar a oposição no estado e o pior, cooptaram pt e pcdob que rasgaram suas vestes ideológicas e passaram a cobrar carguinhos dos agora "aliados" políticos. Lembrando um pouco da história o pcdob há muito que não representa o interesse da classe trabalhadora na Paraíba. Quando Simão Almeida trocou a aliança com o PT, na candidatura à vice na prefeitura, e aliou-se com Lúcia Braga, votei com Luiz Couto, que hoje se alia, pelo menos institucionalmente, com Maranhão.
O Observatório da Paraíba tem que começar a agir. Os aliados políticos da chapa "romper para alternar" trocam farpas para confundir a população. Vejamos: capa do Correio da Paraíba - "Caravana da reconstrução mapeia obras inacabadas na PB", capa do Jornal da Paraíba - "Relatório revela que Maranhão deixou 1.004 obras inacabadas".
Os dois jornais apontam o que todo mundo sabe, Cássio e Maranhão são responsáveis pelo caos (anunciado pelos dois tablóides) que toma conta da Paraíba. Estamos num estado arrasado por uma política mesquinha, coronelista e maniqueísta, polarizada, artificialmente, pelo mesmo grupo. Não podemos negar que sonhamos com a possibilidade de termos uma política diferenciada, que combatesse esta estrutura viciada que vivemos, porém o projeto de transformação que pretensamente iniciou-se na capital pode descambar para a mesma cantilena de que é preciso ter "aliados" políticos, de todo tipo, para ter o poder do estado.
Já é hora de analisarmos diuturnamente as ações desses grupos políticos, de construirmos nosso próprio jornal, deslocado da coligação “romper para alternar”, de termos um sítio na internet, composto por pessoas que não foram cooptadas pelo poder local e agirmos concretamente realizando eventos, seminários, simpósios, cartazes, adesivos etc., que demonstrem ativamente nosso descontentamento e nos ajude a construir uma outra Paraíba.
O Observatório da Paraíba tem que começar a agir. Os aliados políticos da chapa "romper para alternar" trocam farpas para confundir a população. Vejamos: capa do Correio da Paraíba - "Caravana da reconstrução mapeia obras inacabadas na PB", capa do Jornal da Paraíba - "Relatório revela que Maranhão deixou 1.004 obras inacabadas".
Os dois jornais apontam o que todo mundo sabe, Cássio e Maranhão são responsáveis pelo caos (anunciado pelos dois tablóides) que toma conta da Paraíba. Estamos num estado arrasado por uma política mesquinha, coronelista e maniqueísta, polarizada, artificialmente, pelo mesmo grupo. Não podemos negar que sonhamos com a possibilidade de termos uma política diferenciada, que combatesse esta estrutura viciada que vivemos, porém o projeto de transformação que pretensamente iniciou-se na capital pode descambar para a mesma cantilena de que é preciso ter "aliados" políticos, de todo tipo, para ter o poder do estado.
Já é hora de analisarmos diuturnamente as ações desses grupos políticos, de construirmos nosso próprio jornal, deslocado da coligação “romper para alternar”, de termos um sítio na internet, composto por pessoas que não foram cooptadas pelo poder local e agirmos concretamente realizando eventos, seminários, simpósios, cartazes, adesivos etc., que demonstrem ativamente nosso descontentamento e nos ajude a construir uma outra Paraíba.
10.1.09
20 ANOS DA TURMA DE ELETRÔNICA - 1989/2009
Em 05 de janeiro de 1989 estive na casa do meu avô no centro da cidade de João Pessoa-PB. Como de costume ele estava cumprindo sua tarefa diária, ler o jornal. Graças a esse saudável hábito do meu avô transformei-me em um leitor voraz de jornais. Não consigo passar um dia sequer sem folhear os tablóides, principalmente os da Paraíba.
Meu avô estava sentado na sua deliciosa cadeira de balanço e me aguradava com ansiedade, pois aquele "Correio da Paraíba" trazia uma notícia especial. Lá constavam os nomes dos aprovados na seleção da Escola Técnica Federal da Paraíba, que ele ainda insistia em chamar de Escolas de Artífices. Meu nome constava entre os aprovados no curso de eletrônica e meu avô escreveu meu nome, com sua letra já cansada, na capa do jornal. Eis esta preciosidade, amarelada pelo tempo!
9.1.09
O que esperar da educação no município de João Pessoa - PB
Já é lugar comum dizer que educação e saúde devem ser os pilares de uma gestão municipal, que todo prefeito deve se preocupar em melhorar as escolas, a formação de professores, os postos de saúde etc. Torna-se um clichê, em todas as peças publicitárias de propaganda política, o candidato a prefeito afirmar que irá investir maciçamente nestas áreas. Porém é preciso agir, transformar discursos em ações concretas e melhorar efetivamente os serviços ofertados pelo poder público, mas como fazê-lo?
O sucateamento da escola pública é uma ação deliberada, histórica e que sempre privilegiou os grupos políticos dominantes. Sabemos da dificuldade em reverter tantos anos de descaso, tanto anos sem concurso público, sem reformar as escolas – processos que desencadearam uma cultura do desânimo e da chamada normose (perceber os fenômenos anormais como normais).
Alguns analistas afirmam que o problema não é uma questão salarial dos professores e técnicos administrativos, basta um bom projeto pedagógico e ações didáticas para a escola pública transformar-se. Evidentemente que estes analistas corroboram com a idéia de cortar “custeio” do orçamento público e de investir em infra-estrutura, seguindo a lógica neoliberal do Estado Mínimo. Esta lógica nefasta afunda cada vez mais a categoria de professor, distorcendo o debate e ampliando o fosso entre a escola particular e a pública.
Também não podemos achar que a construção e ampliação das escolas seja a panacéia de todos os problemas educacionais. Investir nesta área também é uma demanda histórica, pois temos escolas sem o mínimo de espaço para a prática de esporte, de conforto para os alunos, de laboratórios, biblioteca e ambiente de professores. Certamente construir e ampliar escolas devem estar na ordem do dia, mas é preciso que todas as escolas tenham o mesmo padrão, pois instituir uma política pública é universalizar um serviço, sem diferenciações, para toda a população, senão teremos aquelas longas filas para um determinado estabelecimento escolar e os não contemplados baterão em outra porta.
É preciso então valorizar o professor e os técnicos administrativos. É inadmissível termos professores com contratos precários, recebendo salário mínimo e sem nenhuma garantia de que estarão amanhã na rede de ensino. Este é o legado deixado por administrações passadas que usaram este expediente como moeda de troca em época de eleição. Compreendemos a impossibilidade de simplesmente dispensar estes trabalhadores, mas é preciso equipará-los aos professores efetivos com os mesmos ganhos trabalhistas. E mais, que seja realizada uma transição planejada, pois os professores efetivos recém concursados assumem suas tarefas nas escolas sem nenhum contato com os temporários, às vezes no meio do ano letivo. Defendo a idéia que tenhamos dois professores, temporariamente, numa mesma sala de aula - é isso que chamo de transição planejada.
A valorização financeira é outro pilar deste processo. Não podemos pensar num sistema municipal de ensino sem professores com dedicação exclusiva. Hoje a maioria dos professores trabalha em duas ou mais escolas, não vive a rotina dos seus alunos, não consegue estabelecer um vínculo com a instituição e recebe um salário aviltante. A carreira do magistério deve contemplar o professor com dedicação exclusiva, assim como faz a carreira do magistério superior, com gratificações que incentivem o trabalho em uma única escola em tempo integral, fortalecendo as relações didáticas com a comunidade onde a escola está inserida.
Os professores também devem ser contemplados com cursos de pós-graduação, em especial cursos de mestrado e doutorado. A Prefeitura Municipal deve priorizar este processo estimulando os professores a realizarem as seleções nos programas de pós-graduação, bem como criar os mestrados interinstitucionais (conhecidos como Minter) com a Universidade Federal. Além disso, a experiência da Formação Continuada de Professores através de Chamada Pública deve ser mantida e aprimorada. Os editais devem contemplar propostas interdisciplinares, com atuação de no mínimo dois anos. As atividades de formação continuada precisam estar mais articuladas com o cotidiano da escola pública, mais vinculadas com as demandas da realidade da escola e com uma maior participação dos professores na escolha dos tutores e das discussões pedagógicas. Em 2008, entraves burocráticos dificultaram a participação de instituições federais na Chamada Pública, valorizando pessoas físicas e empresas o que deve ser repensado para 2009, além disso, os recursos alocados para o custeio dos projetos sofreram atrasos no repasse dificultando algumas ações previstas.
No campo das discussões dos referenciais teóricos é preciso reformular as Diretrizes Curriculares elaboradas na gestão passada e que carregam contradições e concepções extemporâneas. É preciso pensar numa estrutura de construção das novas Diretrizes, com a participação de todos os setores envolvidos com o processo educacional. A experiência do Governo do Paraná, apesar das nossas diferenças sociais e econômicas, mostra que a Pedagogia Histórico-Crítica pode dar uma contribuição tremenda a este debate, pois é uma pedagogia vinculada à realidade da escola pública, construída a partir da análise das contradições e da crítica do sistema capitalista e deseja contribuir com a transformação de nossa sociedade. Dessa maneira é preciso evitar os “modismos” pedagógicos que invadem a escola pública através dos chamados pacotes educacionais. É preciso superar também as concepções reprodutivistas, as imposições do governo passado (leia-se PCN´s) e as teorias não-críticas.
Os professores da rede pública estadual do Paraná passaram anos debruçados sobre as bases teóricas da Pedagogia História-Crítica e hoje a rede possui Diretrizes Curriculares consistentes teoricamente em todas as áreas de conhecimento. A partir desses debates estes professores construíram o Livro Didático Público, ou seja, os alunos do Paraná estudam através dos livros elaborados por seus próprios professores, garantindo a relação direta da realidade local com as temáticas trabalhadas em sala de aula. Este é um exemplo a ser seguido, pois rompe com a lógica mercadológica dos livros didáticos empresariais e afirma a possibilidade dos professores construírem o conhecimento junto com seus alunos e suas realidades locais. Além do mais, os professores da rede pública estadual do Paraná receberam incentivos na carreira para construírem os capítulos do livro didático público (que estão à disposição de qualquer professor, na íntegra, bastando acessá-los na internet).
Exemplos como este, mostram que o trabalho coletivo, vinculado à valorização do magistério e a melhoria das condições de trabalho podem favorecer a melhoria da escola pública. Mas, este projeto educacional deve ser articulado com um projeto maior de sociedade. As transformações sociais é que vão ditar as transformações no campo educacional. Por isso, a idéia tosca de valorizar o professor através da “meritocracia” instituindo “prêmios” financeiros para quem se destaca só faz aumentar as diferenças e institui um apartheid educacional.
O sucateamento da escola pública é uma ação deliberada, histórica e que sempre privilegiou os grupos políticos dominantes. Sabemos da dificuldade em reverter tantos anos de descaso, tanto anos sem concurso público, sem reformar as escolas – processos que desencadearam uma cultura do desânimo e da chamada normose (perceber os fenômenos anormais como normais).
Alguns analistas afirmam que o problema não é uma questão salarial dos professores e técnicos administrativos, basta um bom projeto pedagógico e ações didáticas para a escola pública transformar-se. Evidentemente que estes analistas corroboram com a idéia de cortar “custeio” do orçamento público e de investir em infra-estrutura, seguindo a lógica neoliberal do Estado Mínimo. Esta lógica nefasta afunda cada vez mais a categoria de professor, distorcendo o debate e ampliando o fosso entre a escola particular e a pública.
Também não podemos achar que a construção e ampliação das escolas seja a panacéia de todos os problemas educacionais. Investir nesta área também é uma demanda histórica, pois temos escolas sem o mínimo de espaço para a prática de esporte, de conforto para os alunos, de laboratórios, biblioteca e ambiente de professores. Certamente construir e ampliar escolas devem estar na ordem do dia, mas é preciso que todas as escolas tenham o mesmo padrão, pois instituir uma política pública é universalizar um serviço, sem diferenciações, para toda a população, senão teremos aquelas longas filas para um determinado estabelecimento escolar e os não contemplados baterão em outra porta.
É preciso então valorizar o professor e os técnicos administrativos. É inadmissível termos professores com contratos precários, recebendo salário mínimo e sem nenhuma garantia de que estarão amanhã na rede de ensino. Este é o legado deixado por administrações passadas que usaram este expediente como moeda de troca em época de eleição. Compreendemos a impossibilidade de simplesmente dispensar estes trabalhadores, mas é preciso equipará-los aos professores efetivos com os mesmos ganhos trabalhistas. E mais, que seja realizada uma transição planejada, pois os professores efetivos recém concursados assumem suas tarefas nas escolas sem nenhum contato com os temporários, às vezes no meio do ano letivo. Defendo a idéia que tenhamos dois professores, temporariamente, numa mesma sala de aula - é isso que chamo de transição planejada.
A valorização financeira é outro pilar deste processo. Não podemos pensar num sistema municipal de ensino sem professores com dedicação exclusiva. Hoje a maioria dos professores trabalha em duas ou mais escolas, não vive a rotina dos seus alunos, não consegue estabelecer um vínculo com a instituição e recebe um salário aviltante. A carreira do magistério deve contemplar o professor com dedicação exclusiva, assim como faz a carreira do magistério superior, com gratificações que incentivem o trabalho em uma única escola em tempo integral, fortalecendo as relações didáticas com a comunidade onde a escola está inserida.
Os professores também devem ser contemplados com cursos de pós-graduação, em especial cursos de mestrado e doutorado. A Prefeitura Municipal deve priorizar este processo estimulando os professores a realizarem as seleções nos programas de pós-graduação, bem como criar os mestrados interinstitucionais (conhecidos como Minter) com a Universidade Federal. Além disso, a experiência da Formação Continuada de Professores através de Chamada Pública deve ser mantida e aprimorada. Os editais devem contemplar propostas interdisciplinares, com atuação de no mínimo dois anos. As atividades de formação continuada precisam estar mais articuladas com o cotidiano da escola pública, mais vinculadas com as demandas da realidade da escola e com uma maior participação dos professores na escolha dos tutores e das discussões pedagógicas. Em 2008, entraves burocráticos dificultaram a participação de instituições federais na Chamada Pública, valorizando pessoas físicas e empresas o que deve ser repensado para 2009, além disso, os recursos alocados para o custeio dos projetos sofreram atrasos no repasse dificultando algumas ações previstas.
No campo das discussões dos referenciais teóricos é preciso reformular as Diretrizes Curriculares elaboradas na gestão passada e que carregam contradições e concepções extemporâneas. É preciso pensar numa estrutura de construção das novas Diretrizes, com a participação de todos os setores envolvidos com o processo educacional. A experiência do Governo do Paraná, apesar das nossas diferenças sociais e econômicas, mostra que a Pedagogia Histórico-Crítica pode dar uma contribuição tremenda a este debate, pois é uma pedagogia vinculada à realidade da escola pública, construída a partir da análise das contradições e da crítica do sistema capitalista e deseja contribuir com a transformação de nossa sociedade. Dessa maneira é preciso evitar os “modismos” pedagógicos que invadem a escola pública através dos chamados pacotes educacionais. É preciso superar também as concepções reprodutivistas, as imposições do governo passado (leia-se PCN´s) e as teorias não-críticas.
Os professores da rede pública estadual do Paraná passaram anos debruçados sobre as bases teóricas da Pedagogia História-Crítica e hoje a rede possui Diretrizes Curriculares consistentes teoricamente em todas as áreas de conhecimento. A partir desses debates estes professores construíram o Livro Didático Público, ou seja, os alunos do Paraná estudam através dos livros elaborados por seus próprios professores, garantindo a relação direta da realidade local com as temáticas trabalhadas em sala de aula. Este é um exemplo a ser seguido, pois rompe com a lógica mercadológica dos livros didáticos empresariais e afirma a possibilidade dos professores construírem o conhecimento junto com seus alunos e suas realidades locais. Além do mais, os professores da rede pública estadual do Paraná receberam incentivos na carreira para construírem os capítulos do livro didático público (que estão à disposição de qualquer professor, na íntegra, bastando acessá-los na internet).
Exemplos como este, mostram que o trabalho coletivo, vinculado à valorização do magistério e a melhoria das condições de trabalho podem favorecer a melhoria da escola pública. Mas, este projeto educacional deve ser articulado com um projeto maior de sociedade. As transformações sociais é que vão ditar as transformações no campo educacional. Por isso, a idéia tosca de valorizar o professor através da “meritocracia” instituindo “prêmios” financeiros para quem se destaca só faz aumentar as diferenças e institui um apartheid educacional.
2.1.09
Gabriel e Florentino (O amor nos tempos do cólera)

De consciência pesada fui assistir “O amor nos tempos do cólera”, pois havia prometido que só adquiria esta obra após o término de “Cem anos...”. Mais uma vez fiquei encantado com o Gabriel. Se o filme conseguiu transmitir as intenções poéticas do autor é, de fato, uma obra magistral. Refletir sobre o que é o amor e o quanto ele pode durar é um trabalho sentimental fantástico, especialmente nestes tempos de amor supérfluo e descartável, exatamente como deseja o capitalismo para seus produtos.
51 anos, 9 meses e 4 dias foi o tempo esperado por Florentino, para poder ficar eternamente com sua amada. Em moeda de hoje quatro dias seriam suficientes para amar, transar, ter um filho e partir para outra. Filmes como este instiga uma reflexão profunda sobre os nossos valores, sobre as nossas relações diárias e sobre a subjetividade do ser humano. Não tenho dúvidas que a realidade concreta forja o ser humano, no sentido Marxista, e mais que nunca percebo que as relações comerciais capitalistas destroçam sentimentos e forjam o ser humano egoísta. Certamente Gabriel não discorreu diretamente sobre esse assunto, mas, as idiossincrasias de Florentino fizeram-me mais humano.
1.1.09
30.12.08
A pasteurização da esquerda paraibana (parafraseando Frei Betto)
Na virada do século XX para o século XXI, a Paraíba assistiu ao agravamento da questão social em decorrência da ensaiada briga política de dois grupos dominantes no estado. Isso fortaleceu grupos políticos da direita, arenistas de carteirinha, ruralistas, empreiteiros, empresários e meios de comunicação – enfraquecendo os movimentos sociais, estudantis e os partidos políticos, até então, ligados à esquerda. É o que explica as vitórias de Efraim Moraes (pai e filho), Cícero Lucena, Cássio Cunha Lima, Marcus Odilon, José Maranhão etc.
Aqui na Paraíba a esquerda não logrou ser uma alternativa de governo, muito menos de poder.
Desde o fim da SETUSA, na década de 1990, a esquerda entrou em crise de identidade em toda a Paraíba. A implosão do PCdoB e a adesão do PT à economia capitalista de mercado deixaram-na órfã, sem respaldo necessário para empreender mudanças pela via revolucionária.
Na Paraíba, optou-se pelo busca incessante por cargos comissionados, pela eleição de um deputado federal e por colocar um bando de gente nos cabides de emprego. Esvaziaram-se a Teologia da Libertação, os sindicatos combativos, as organizações camponesas, e excluídos em geral.
Não restou alternativa a esse movimento social engajado na busca de um “outro mundo possível” senão disputar, com os partidos do establishment, o espaço do poder. Desprovidas de recursos financeiros e sem apoio estadual, as forças políticas de oposição – a esquerda - não detinham suficiente poder de mobilização, esmagadas, nas décadas anteriores, pelo coronelismo e neocoronelismo que se espalhou na Paraíba.
Esse processo tem sido responsável por mudar o caráter político de governos da Paraíba.
O que se vê, agora, é um impasse, do qual o caso paraibano é exemplo. Não há como gerar uma ruptura revolucionária, como aconteceu com as Ligas Camponesas de Sapé na década de 1960. Como, então, promover reformas de estruturas e reduzir a brutal desigualdade entre a população? Avanços nesse sentido não acontecem em canto nenhum da Paraíba.
Na Paraíba, o governo Cunha Lima III optou por uma governabilidade baseada na política de conciliação com os setores dominantes e compensação dos dominados, dentro do receituário econômico neoliberal. Ao assumir o governo, Cássio poderia ter assegurado sua sustentabilidade política mirando-se no exemplo do velho Ronaldo, combativo na época da ditadura militar. Escolheu a estratégia política de romper para alternar, criando um joguinho maniqueísta que domina os noticiários da Paraíba. Assim, tornou-se refém de sua política compensatória. Os cheques da FAC lhe renderam perda do mandato, ainda sustentado por um pedido de vistas por um dos ministros do TSE.
Ao chegar ao Palácio da Redenção, o PSDB preencheu considerável parcela de funções administrativas graças à nomeação de líderes da direita. Essas lideranças estão hoje perfeitamente adaptadas às benesses do poder, sem o menor interesse em mudar a estrutura política do estado.
Por sua vez, o governo adotou uma política de relação direta com a parcela mais pobre da população, como é o caso dos cheques da FAC, dos empréstimos junto ao Banco Mundial e da propaganda de rádio e TV. O propósito emancipatório de liberdade e justiça social foi abandonado em favor de uma dependência que traz ao governo bônus eleitoral.
Tais medidas enfraquecem os movimentos sociais e, ao mesmo tempo, põe em risco de ceder ao neocaudilhismo: o núcleo governante, voltado unicamente ao seu projeto de perpetuação no poder. Na Paraíba, o fenômeno cassista se deslocou da grande massa da população.
O que significa o enfraquecimento da esquerda na Paraíba? Ele aponta para a perda do horizonte socialista que norteava o PT e o PCdoB. Para “sobreviver” politicamente abaixaram suas bandeiras de luta e uniram-se a um dos pólos de disputa, esquecendo a trajetória histórica de militância. Escolhe-se abster-se de um modelo alternativo de desenvolvimento sustentável e libertador. O projeto Paraíba é descartado em benefício de um projeto de poder, para cujo êxito não faltam escândalos de corrupção e alianças com partidos e forças sociais e econômicas que o PT e PCdoB, propunham enfrentar e derrotar.
Cássio teve, nos primeiros meses de seu governo, poder suficiente para promover a mudança social. Não soube aproveitá-lo. Há momentos que o poder está com o povo, outros com o governo e outros com o capital financeiro. A máquina do Estado, azeitada pelos interesses das elites, refreou-lhe idéias e aspirações. Atucanada, a política econômica impôs-se como prioridade das prioridades, sem reflexos significativos na área social.
Como filho de ex-governador, Cássio não esperou que os trabalhadores freqüentassem a sede do governo. Fez o governo deixar a sede para ir ao encontro dos trabalhadores. Como governador, não conseguiu repetir o gesto. Portanto, não implementou uma política de empoderamento popular.
QUAL SERIA A SOLUÇÃO?
Primeiro, resgatar o trabalho de base, de educação política dos militantes dos movimentos sociais, de fortalecimento de suas organizações e entidades. Mostrar ao povo da Paraíba que este jogo político não interessa à classe trabalhadora e que é preciso construir um outro projeto popular. É preciso retomar as manifestações de massa, realizar ocupações, debates nos bairros e comunidades. Sabemos que para esses grupos políticos conservar-se no poder passou a ser uma obsessão e uma maneira de conquistar vultosos recursos para benefício próprio. Por isso, é preciso insistir na desmistificação desses políticos, ideologizar o debate e realizar ações práticas e concretas de manifestação popular. Apontar que o processo eleitoral atende aos interesses de grupos econômicos dominantes e que é preciso, como diria Gonzaguinha, “mais que nunca, prosseguir”!
É preciso evitar que a militância feneça, dando lugar aos que atuam por contrato de trabalho, gente desprovida daquele entusiasmo e que passam a acreditar nas eleições para conseguir um emprego como assessor do candidato vencedor. Os desejosos por mudanças devem se empenhar em mergulhar no mundo dos excluídos para ajudá-los a dar consistência política às suas demandas e aspirações, e que possamos construir uma outra Paraíba.
Nota: as idéias, palavras, expressões e análises deste texto são de Frei Betto, publicado na revista Le Monde Diplomatique Brasil em dezembro de 2008 (páginas 12 e 13), fiz modificações, a meu bel prazer, para a realidade paraibana. Desta forma distorci o texto, pois enxertei minhas análises sobre o pensamento de Frei Betto.
Lauro Pires Xavier Neto
Aqui na Paraíba a esquerda não logrou ser uma alternativa de governo, muito menos de poder.
Desde o fim da SETUSA, na década de 1990, a esquerda entrou em crise de identidade em toda a Paraíba. A implosão do PCdoB e a adesão do PT à economia capitalista de mercado deixaram-na órfã, sem respaldo necessário para empreender mudanças pela via revolucionária.
Na Paraíba, optou-se pelo busca incessante por cargos comissionados, pela eleição de um deputado federal e por colocar um bando de gente nos cabides de emprego. Esvaziaram-se a Teologia da Libertação, os sindicatos combativos, as organizações camponesas, e excluídos em geral.
Não restou alternativa a esse movimento social engajado na busca de um “outro mundo possível” senão disputar, com os partidos do establishment, o espaço do poder. Desprovidas de recursos financeiros e sem apoio estadual, as forças políticas de oposição – a esquerda - não detinham suficiente poder de mobilização, esmagadas, nas décadas anteriores, pelo coronelismo e neocoronelismo que se espalhou na Paraíba.
Esse processo tem sido responsável por mudar o caráter político de governos da Paraíba.
O que se vê, agora, é um impasse, do qual o caso paraibano é exemplo. Não há como gerar uma ruptura revolucionária, como aconteceu com as Ligas Camponesas de Sapé na década de 1960. Como, então, promover reformas de estruturas e reduzir a brutal desigualdade entre a população? Avanços nesse sentido não acontecem em canto nenhum da Paraíba.
Na Paraíba, o governo Cunha Lima III optou por uma governabilidade baseada na política de conciliação com os setores dominantes e compensação dos dominados, dentro do receituário econômico neoliberal. Ao assumir o governo, Cássio poderia ter assegurado sua sustentabilidade política mirando-se no exemplo do velho Ronaldo, combativo na época da ditadura militar. Escolheu a estratégia política de romper para alternar, criando um joguinho maniqueísta que domina os noticiários da Paraíba. Assim, tornou-se refém de sua política compensatória. Os cheques da FAC lhe renderam perda do mandato, ainda sustentado por um pedido de vistas por um dos ministros do TSE.
Ao chegar ao Palácio da Redenção, o PSDB preencheu considerável parcela de funções administrativas graças à nomeação de líderes da direita. Essas lideranças estão hoje perfeitamente adaptadas às benesses do poder, sem o menor interesse em mudar a estrutura política do estado.
Por sua vez, o governo adotou uma política de relação direta com a parcela mais pobre da população, como é o caso dos cheques da FAC, dos empréstimos junto ao Banco Mundial e da propaganda de rádio e TV. O propósito emancipatório de liberdade e justiça social foi abandonado em favor de uma dependência que traz ao governo bônus eleitoral.
Tais medidas enfraquecem os movimentos sociais e, ao mesmo tempo, põe em risco de ceder ao neocaudilhismo: o núcleo governante, voltado unicamente ao seu projeto de perpetuação no poder. Na Paraíba, o fenômeno cassista se deslocou da grande massa da população.
O que significa o enfraquecimento da esquerda na Paraíba? Ele aponta para a perda do horizonte socialista que norteava o PT e o PCdoB. Para “sobreviver” politicamente abaixaram suas bandeiras de luta e uniram-se a um dos pólos de disputa, esquecendo a trajetória histórica de militância. Escolhe-se abster-se de um modelo alternativo de desenvolvimento sustentável e libertador. O projeto Paraíba é descartado em benefício de um projeto de poder, para cujo êxito não faltam escândalos de corrupção e alianças com partidos e forças sociais e econômicas que o PT e PCdoB, propunham enfrentar e derrotar.
Cássio teve, nos primeiros meses de seu governo, poder suficiente para promover a mudança social. Não soube aproveitá-lo. Há momentos que o poder está com o povo, outros com o governo e outros com o capital financeiro. A máquina do Estado, azeitada pelos interesses das elites, refreou-lhe idéias e aspirações. Atucanada, a política econômica impôs-se como prioridade das prioridades, sem reflexos significativos na área social.
Como filho de ex-governador, Cássio não esperou que os trabalhadores freqüentassem a sede do governo. Fez o governo deixar a sede para ir ao encontro dos trabalhadores. Como governador, não conseguiu repetir o gesto. Portanto, não implementou uma política de empoderamento popular.
QUAL SERIA A SOLUÇÃO?
Primeiro, resgatar o trabalho de base, de educação política dos militantes dos movimentos sociais, de fortalecimento de suas organizações e entidades. Mostrar ao povo da Paraíba que este jogo político não interessa à classe trabalhadora e que é preciso construir um outro projeto popular. É preciso retomar as manifestações de massa, realizar ocupações, debates nos bairros e comunidades. Sabemos que para esses grupos políticos conservar-se no poder passou a ser uma obsessão e uma maneira de conquistar vultosos recursos para benefício próprio. Por isso, é preciso insistir na desmistificação desses políticos, ideologizar o debate e realizar ações práticas e concretas de manifestação popular. Apontar que o processo eleitoral atende aos interesses de grupos econômicos dominantes e que é preciso, como diria Gonzaguinha, “mais que nunca, prosseguir”!
É preciso evitar que a militância feneça, dando lugar aos que atuam por contrato de trabalho, gente desprovida daquele entusiasmo e que passam a acreditar nas eleições para conseguir um emprego como assessor do candidato vencedor. Os desejosos por mudanças devem se empenhar em mergulhar no mundo dos excluídos para ajudá-los a dar consistência política às suas demandas e aspirações, e que possamos construir uma outra Paraíba.
Nota: as idéias, palavras, expressões e análises deste texto são de Frei Betto, publicado na revista Le Monde Diplomatique Brasil em dezembro de 2008 (páginas 12 e 13), fiz modificações, a meu bel prazer, para a realidade paraibana. Desta forma distorci o texto, pois enxertei minhas análises sobre o pensamento de Frei Betto.
Lauro Pires Xavier Neto
29.12.08
Farra das diárias
"Muitos prefeitos paraibanos se beneficiaram com o uso de diárias pagas pelas prefeituras este ano. Dados do Sistema Sagres do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PB) mostram que, neste ano, em seis meses, as prefeituras paraibanas chegaram a gastar R$ 5.090.778,51 com diárias, conforme matéria publicada no Jornal da Paraíba neste domingo (28). Nos dados de nove prefeituras: Bom Jesus, Catingueira, Catolé do Rocha, Gurinhém, Pilar, São Domingos do Cariri, São José dos Cordeiros, São Sebastião de Lagoa de Roça e Serra Branca não constam uso de diárias e, caso tenham feito, não informaram para o TCE-PB, pois, ao fazer a pesquisa nada há incluído para o item ‘diárias’.
> Pelo levantamento, a Prefeitura de João Pessoa, capital do Estado, é a campeã: mais de R$ 190 mil, que pode-se até se justificar com a demanda que existe. No entanto, na segunda colocação, está o município de Logradouro (localizado na região do Curimataú), que possui, de acordo com dados de 2007 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), pouco mais de 3,8 mil habitantes e pagou mais de R$ 112,5 mil em diárias. Depois, vem o município de Bonito de Santa Fé, com R$ 100.773,41. "
> Jornal da Paraíba
> Adja Brito
Chama atenção o município de Bonito de Santa Fé-PB. Uma cidade com 8 mil habitantes desgovernada por décadas pelo grupo Zé Lacerda/Sabino Dias e gastando 100 mil reais com diárias na calada da noite. Os coronéis e neocoronéis são implacáveis. Conheço um pouco da realidade do município, pois sou casado com uma "bonitense" (acho que é isso). Cenas de fisiologismo, funcionários sem concurso público, dominação a ferro e fogo. Esta é a cara do vice-governador, do senador e do ex-prefeito (agora mamando nas tetas do Governo do Estado). Um povo pobre, oprimido, regado ao som das festas de fim-de-ano. Sabino ao não reeleger seu sucessor, torrou o cofre da prefeitura com essas diárias, que devem ter servido como cala-boca para muitos correligionários e para limpar os débitos com a eleição perdida. Sabino já foi procurado da polícia e possivelmente alguns processos rolam na "justiça". Certamente já deve ter perseguido muita gente, mas sabe bem o valor da máquina pública. Se bem "esperto" investiu em vários imóveis na capital, alguns de frente para o mar. Caso adoeça não irá se preocupar, pois o governador está aí para ajudá-lo. Enquanto isso o povo de Bonito não sabe se haverá emprego ou comida amanhã, muito menos terão R$ 50.000,00 para tratamento de câncer ou R$ 10.000,00 para arrumar a boca. A boquinha lá é outra, é mais embaixo. Esta é a nossa Paraíba, quem anda pelo interior do estado conhece bem esse recital. Os políticos tradicionais com suas cantilenas, propagandas e mão-de-ferro, dominam o povo ao som, extemporâneo, da ARENA. Acorda povo, é preciso construir uma outra Paraíba!
Lauro Pires Xavier Neto
> Pelo levantamento, a Prefeitura de João Pessoa, capital do Estado, é a campeã: mais de R$ 190 mil, que pode-se até se justificar com a demanda que existe. No entanto, na segunda colocação, está o município de Logradouro (localizado na região do Curimataú), que possui, de acordo com dados de 2007 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), pouco mais de 3,8 mil habitantes e pagou mais de R$ 112,5 mil em diárias. Depois, vem o município de Bonito de Santa Fé, com R$ 100.773,41. "
> Jornal da Paraíba
> Adja Brito
Chama atenção o município de Bonito de Santa Fé-PB. Uma cidade com 8 mil habitantes desgovernada por décadas pelo grupo Zé Lacerda/Sabino Dias e gastando 100 mil reais com diárias na calada da noite. Os coronéis e neocoronéis são implacáveis. Conheço um pouco da realidade do município, pois sou casado com uma "bonitense" (acho que é isso). Cenas de fisiologismo, funcionários sem concurso público, dominação a ferro e fogo. Esta é a cara do vice-governador, do senador e do ex-prefeito (agora mamando nas tetas do Governo do Estado). Um povo pobre, oprimido, regado ao som das festas de fim-de-ano. Sabino ao não reeleger seu sucessor, torrou o cofre da prefeitura com essas diárias, que devem ter servido como cala-boca para muitos correligionários e para limpar os débitos com a eleição perdida. Sabino já foi procurado da polícia e possivelmente alguns processos rolam na "justiça". Certamente já deve ter perseguido muita gente, mas sabe bem o valor da máquina pública. Se bem "esperto" investiu em vários imóveis na capital, alguns de frente para o mar. Caso adoeça não irá se preocupar, pois o governador está aí para ajudá-lo. Enquanto isso o povo de Bonito não sabe se haverá emprego ou comida amanhã, muito menos terão R$ 50.000,00 para tratamento de câncer ou R$ 10.000,00 para arrumar a boca. A boquinha lá é outra, é mais embaixo. Esta é a nossa Paraíba, quem anda pelo interior do estado conhece bem esse recital. Os políticos tradicionais com suas cantilenas, propagandas e mão-de-ferro, dominam o povo ao som, extemporâneo, da ARENA. Acorda povo, é preciso construir uma outra Paraíba!
Lauro Pires Xavier Neto
22.12.08
21.12.08
19.12.08
30.11.08
Quem te disse?
minhoca na cabeça
rabo de cavalo
dois olhos pra te ver
e quem te disse que não vou conseguir?
olho-no-olho de quem não enxerga
a história passada com ferro enferrujado
roupa engomada, ternos militares
e quem te disse que irei desistir?
vôo cego, discurso irritante
mentiras eternas, barulho infernal
promessas não cumpridas
e quem te disse que não irei as ruas?
frases bonitas, discursos reprimidos
cabe ao povo resolver
suas feridas expostas
e quem te disse que irão me calar?
afinal sou povo,
trabalhador da base
que não sobe em carro de som
e quem te disse que não irei discursar?
não recebi migalhas sujas
apenas fui chamado na sala ao lado
reprimendas dos neoditadores
e quem te disse que sentirei medo?
noites avessas, travesseiros suprimidos
insônias eternas, coração abalado
desejo incessante
e quem te disse que não continuo a amar?
rabo de cavalo
dois olhos pra te ver
e quem te disse que não vou conseguir?
olho-no-olho de quem não enxerga
a história passada com ferro enferrujado
roupa engomada, ternos militares
e quem te disse que irei desistir?
vôo cego, discurso irritante
mentiras eternas, barulho infernal
promessas não cumpridas
e quem te disse que não irei as ruas?
frases bonitas, discursos reprimidos
cabe ao povo resolver
suas feridas expostas
e quem te disse que irão me calar?
afinal sou povo,
trabalhador da base
que não sobe em carro de som
e quem te disse que não irei discursar?
não recebi migalhas sujas
apenas fui chamado na sala ao lado
reprimendas dos neoditadores
e quem te disse que sentirei medo?
noites avessas, travesseiros suprimidos
insônias eternas, coração abalado
desejo incessante
e quem te disse que não continuo a amar?
A Canção do Senhor da Guerra

Existe alguém
Esperando por você
Que vai comprar
A sua juventude
E convencê-lo a vencer...
Mais uma guerra sem razão
Já são tantas as crianças
Com armas na mão
Mas explicam novamente
Que a guerra gera empregos
Aumenta a produção...
Uma guerra sempre avança
A tecnologia
Mesmo sendo guerra santa
Quente, morna ou fria
Prá que exportar comida?
Se as armas dão mais lucros
Na exportação...
Existe alguém
Que está contando com você
Prá lutar em seu lugar
Já que nessa guerra
Não é ele quem vai morrer...
E quando longe de casa
Ferido e com frio
O inimigo você espera
Ele estará com outros velhos
Inventando
Novos jogos de guerra...
Que belíssimas cenas
De destruição
Não teremos mais problemas
Com a superpopulação...
Veja que uniforme lindo
Fizemos prá você
Lembre-se sempre
Que Deus está
Do lado de quem vai vencer...
O senhor da guerra
Não gosta de crianças...
Legião Urbana
Composição: Renato Russo e Renato Rocha
2.11.08
Isto posto
Isto posto, em ordem inversa
Sinaliza o ódio que reverbera
Do teu sangue
Inanimado
Isto posto, sem bom dia
Arranca meu semblante
De criança
Absorta
Isto posto, sem sinais
Fragiliza minha alma
Feito escárnio
Difamante
Impiedosamente
Resta-me o retorno
Ensangüentado
Pueril
desprezado
Sinaliza o ódio que reverbera
Do teu sangue
Inanimado
Isto posto, sem bom dia
Arranca meu semblante
De criança
Absorta
Isto posto, sem sinais
Fragiliza minha alma
Feito escárnio
Difamante
Impiedosamente
Resta-me o retorno
Ensangüentado
Pueril
desprezado
20.9.08
chupaqueécultura
escolas sucateadas
crianças abandonadas
eleições municipais
diretores arrogantes
recursos desviados
professores famintos
alunos desestimulados
futebol no domingo
prédios sem arte
provas
notas
desempenho
meritocracia
egoísmo
vestibular
tvglobochupaqueédeuva
forrodosplaystrio
elétricomicareta
eovelhosonhodemudaromundo
crianças abandonadas
eleições municipais
diretores arrogantes
recursos desviados
professores famintos
alunos desestimulados
futebol no domingo
prédios sem arte
provas
notas
desempenho
meritocracia
egoísmo
vestibular
tvglobochupaqueédeuva
forrodosplaystrio
elétricomicareta
eovelhosonhodemudaromundo
8.3.08
"Todos os mortos nas estradas"
É impressionante a quantidade de acidentes que acontecem nas nossas estradas. O povo nordestino tem o costume de "delimitar" o local dos acidentes fatais através de lápides, registrando o espaço exato onde a pessoa faleceu ou foi acidentada. Um sem-número dessas lápides margeam as estradas do interior nordestino.
11.12.07
Rapel negativo no município da Borborema/PB



Quando você se dispõe a fazer um rapel nunca imagina qual o grau de dificuldade. Geralmente nem é bom perguntar ao instrutor o que de fato nos espera. Mas este rapel na Borborema foi realmente inopinado. Só soube que era um rapel negativo depois de iniciá-lo e aí meu amigo, não tem mais volta! Adrenalina pura!
minha metade anda calada, sem rima nem foto, nem arte nem gosto - a outra metade continua escutando:
Oswaldo Montenegro
Metade
Que a força do medo que tenho não me impeça de ver o que anseio.
Que a morte de tudo que acredito não me tape os ouvidos e a boca.
Porque metade de mim é o que eu grito, mas a outra metade é silêncio.
Que a música que eu ouço ao longe seja linda, ainda que triste.
Que a mulher que eu amo seja sempre amada, mesmo que distante.
Porque metade de mim é partida e a outra metade é saudade.
Que as palavras que eu falo não sejam ouvidas como prece nem repetidas com fervor,
Apenas respeitadas como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimento.
Porque metade de mim é o que eu ouço, mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora se transforme na calma e na paz que eu mereço.
Que essa tensão que me corroe por dentro seja um dia recompensada.
Porque metade de mim é o que eu penso e a outra metade é um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste, que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.
Que o espelho reflita em meu rosto o doce sorriso que eu me lembro de ter dado na infância.Porque metade de mim é a lembrança do que fui, a outra metade eu não sei...
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria para me fazer aquietar o espírito.
E que o teu silêncio me fale cada vez mais.
Porque metade de mim é abrigo, mas a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte uma resposta, mesmo que ela não saiba.
E que ninguém a tente complicar porque é preciso simplicidade para fazê-la florescer.
Porque metade de mim é a platéia e a outra metade, a canção.
E que minha loucura seja perdoada.
Porque metade de mim é amor e a outra metade... também.
22.11.07
20.11.07
15.11.07
Propostas do Prof. Walney - Candidato a Direção do CEFETRN (Uned Mossoró-RN)
(CEFETRN - Uned de Mossoró)
"SAUDAÇÕES A QUEM TEM CORAGEM!"
Apresentação do Plano de Ação 2008-2011
COMUNIDADE NO ORKUT: http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=41539759
Visitem, deixem suas opiniões e participem dos fóruns e das enquetes!
Gestão Democrática e Transparente
- Criação de Fóruns Democráticos, com reuniões bimestrais, envolvendo servidores e alunos, com o objetivo de discutir a dinâmica institucional;
- Orçamento Participativo, com a definição de prioridades nos Fóruns Democráticos;
- Transparência na utilização dos recursos, tornando público o orçamento bimestralmente (via internet, mural e Fóruns Democráticos);
- Criação de Comissões Descentralizadas, com o intuito de discutir e estabelecer critérios na escolha de servidores para participar de Coordenadorias, Projetos, Disciplinas em cursos esporádicos e de especialização, etc.;
- Criação de Comissão de Capacitação, com o intuito de discutir e estabelecer critérios para liberação de servidores para cursos de pós-graduação;
- Eleição direta para Chefes de Departamentos, com paridade nos votos (alunos e servidores);
- Consulta para escolha dos Coordenadores de setores específicos da administração, por parte dos servidores vinculados aos respectivos setores;
- Definição das políticas de Ensino, Pesquisa e Extensão por princípios democráticos;
- Estímulo e incentivo a criação do Diretório Acadêmico e DCE e reestruturação do Grêmio Estudantil Livre;
- Discussão coletiva na escolha das áreas de seleção e concurso para servidores efetivos e substitutos.
Valorização dos Profissionais da Educação (Professores, Administrativos e Pessoal Terceirizado).
· Maior integração dos servidores da casa;
· Recepção a Servidores Novatos;
· Programa de Formação Continuada para profissionais da Educação Profissional;
· Definição das políticas de capacitação com transparência e democracia;
· Curso de educação básica e qualificação profissional para pessoal prestador de serviço terceirizado em serviços gerais do CEFETRN;
· Estímulo e incentivo a práticas pedagógicas inovadoras;
· Estímulo e incentivo ao atendimento e prestação de serviço público de qualidade;
· Estímulo e incentivo a formação de grupos de estudo e pesquisa;
· Apoio institucional para ingresso em Programas de pós-graduação;
· Valorização dos Servidores Administrativos no Desempenho de Cargos e Funções Técnicas;
Gestão Democrática e Transparente
- Criação de Fóruns Democráticos, com reuniões bimestrais, envolvendo servidores e alunos, com o objetivo de discutir a dinâmica institucional;
- Orçamento Participativo, com a definição de prioridades nos Fóruns Democráticos;
- Transparência na utilização dos recursos, tornando público o orçamento bimestralmente (via internet, mural e Fóruns Democráticos);
- Criação de Comissões Descentralizadas, com o intuito de discutir e estabelecer critérios na escolha de servidores para participar de Coordenadorias, Projetos, Disciplinas em cursos esporádicos e de especialização, etc.;
- Criação de Comissão de Capacitação, com o intuito de discutir e estabelecer critérios para liberação de servidores para cursos de pós-graduação;
- Eleição direta para Chefes de Departamentos, com paridade nos votos (alunos e servidores);
- Consulta para escolha dos Coordenadores de setores específicos da administração, por parte dos servidores vinculados aos respectivos setores;
- Definição das políticas de Ensino, Pesquisa e Extensão por princípios democráticos;
- Estímulo e incentivo a criação do Diretório Acadêmico e DCE e reestruturação do Grêmio Estudantil Livre;
- Discussão coletiva na escolha das áreas de seleção e concurso para servidores efetivos e substitutos.
Valorização dos Profissionais da Educação (Professores, Administrativos e Pessoal Terceirizado).
· Maior integração dos servidores da casa;
· Recepção a Servidores Novatos;
· Programa de Formação Continuada para profissionais da Educação Profissional;
· Definição das políticas de capacitação com transparência e democracia;
· Curso de educação básica e qualificação profissional para pessoal prestador de serviço terceirizado em serviços gerais do CEFETRN;
· Estímulo e incentivo a práticas pedagógicas inovadoras;
· Estímulo e incentivo ao atendimento e prestação de serviço público de qualidade;
· Estímulo e incentivo a formação de grupos de estudo e pesquisa;
· Apoio institucional para ingresso em Programas de pós-graduação;
· Valorização dos Servidores Administrativos no Desempenho de Cargos e Funções Técnicas;
Igualdade de condições para o acesso e permanência na Escola
· Permanência e aperfeiçoamento do Curso Preparatório Gratuito ao Processo Seletivo para CEFET-RN (Candidatos com Baixa Renda);
· Ampliação do número de vagas para alunos de Escola Pública;
· Curso de educação básica e qualificação profissional para pessoal prestador de serviço terceirizado em serviços gerais do CEFETRN.
· Laboratórios com equipamento e suprimentos adequados;
· Busca da ampliação da oferta de transportes urbanos em parceria com as Universidades, Associações Comunitárias, DCE das Universidades e Grêmios Estudantis; Luta pelo Passe Livre;
· Curso de qualificação para atendimento a portadores de necessidades especiais;
· Implementação do Programa de Qualidade de Vida (PQV) do CEFETRN
· Horta Comunitária e Segurança Alimentar e Nutricional para alunos e servidores (alimentação saudável e balanceada);
· Ampliação das ações de assistência estudantil e apoio ao estudante da zona rural
· Permanência e aperfeiçoamento do Curso Preparatório Gratuito ao Processo Seletivo para CEFET-RN (Candidatos com Baixa Renda);
· Ampliação do número de vagas para alunos de Escola Pública;
· Curso de educação básica e qualificação profissional para pessoal prestador de serviço terceirizado em serviços gerais do CEFETRN.
· Laboratórios com equipamento e suprimentos adequados;
· Busca da ampliação da oferta de transportes urbanos em parceria com as Universidades, Associações Comunitárias, DCE das Universidades e Grêmios Estudantis; Luta pelo Passe Livre;
· Curso de qualificação para atendimento a portadores de necessidades especiais;
· Implementação do Programa de Qualidade de Vida (PQV) do CEFETRN
· Horta Comunitária e Segurança Alimentar e Nutricional para alunos e servidores (alimentação saudável e balanceada);
· Ampliação das ações de assistência estudantil e apoio ao estudante da zona rural
Ingresso no Mundo do Trabalho
· Programa de Relações Empresariais
· Melhor acompanhamento dos Estágios
· Convênios com empresas públicas e privadas
· Parcerias com empresas públicas e privadas
· Intercâmbio Institucional
· Banco de oportunidades de Empregos
· Incentivo a criação de Empresa/Cooperativa de Serviços
· Programa de empresas incubadoras
· Definição da oferta de cursos e currículos por critérios que considerem o contexto social, a vocação local e a demanda ocupacional empresarial e econômica.
· Programa de Relações Empresariais
· Melhor acompanhamento dos Estágios
· Convênios com empresas públicas e privadas
· Parcerias com empresas públicas e privadas
· Intercâmbio Institucional
· Banco de oportunidades de Empregos
· Incentivo a criação de Empresa/Cooperativa de Serviços
· Programa de empresas incubadoras
· Definição da oferta de cursos e currículos por critérios que considerem o contexto social, a vocação local e a demanda ocupacional empresarial e econômica.
Ações Gerais
· Arborização e urbanização do CEFETRN (plantio de árvores frutíferas e ipês amarelos);
· Implementar a Rádio Escola;
· Maior apoio à SEMADEC;
· Redimensionamento da EXPOTEC;
· Processo de desburocratização do CEFETRN;
· Comissão Interna de Prevenção de Acidentes;
· Instalação da tecnologia VOIP, reduzindo custos com a telefonia convencional.
· Arborização e urbanização do CEFETRN (plantio de árvores frutíferas e ipês amarelos);
· Implementar a Rádio Escola;
· Maior apoio à SEMADEC;
· Redimensionamento da EXPOTEC;
· Processo de desburocratização do CEFETRN;
· Comissão Interna de Prevenção de Acidentes;
· Instalação da tecnologia VOIP, reduzindo custos com a telefonia convencional.
Marcadores:
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13.11.07
um pit bull em minha casa


Uns quinze dias atrás fui surpreendido com um cão da raça pit bull em minha casa. Tratava-se de um dos cães do vizinho, que pulou o muro, atravessou a área e já estava quase na sala. Colocou a cabeça para dentro, fitou-me e voltou para a área. Levei um grande susto e consegui correr para trancar a porta. Gritamos pelo outro vizinho, que alertou o "dono" do indigesto animal do ocorrido. Dia seguinte, fui reclamar com o "dono" da fera, já que o mesmo nem apareceu para pedir desculpas. Prometeu-me levantar o muro. Hoje pela manhã o já esperado aconteceu de novo. Evidentemente que o vizinho não levantou o muro, conforme prometera. O cão apareceu novamente e fiquei em casa preso, esperando o vizinho perceber o fato. Entrementes, liguei para a polícia. O policial-atendente disse-me apenas que neste caso só haviam duas soluções. A primeira, inopinada, seria matar o animal (insinuando que eu poderia, neste caso, atirar no cão já que o mesmo havia invadido propriedade alheia). A segunda ligar para o Centro de Zoonoses (para tanto era só discar 102). Realmente num país de descaso e miséria, seria muita boa vontade alguma "autoridade" acudir um apavorado cidadão, por causa de um cãozinho na sua própria casa. Restou clamar pelo outro vizinho novamente. À noite conversei com o "dono" da fera. Sorridente contou-me histórias sobre seus medos já superados com cães. Mostrou-me marcas (para mim invisíveis) de mordidas na perna e prometeu levantar o muro, pasmem, daqui a um mês. Ainda bem que não sou uma pessoa intempestiva, pois se fosse, malgrado o sorriso cínico do vizinho, teria-lhe acertado um cruzado de direita. Deixo as fotos do ocorrido, esperando que a próxima notícia que vocês tenham de mim não seja dilacerado pela boca violenta desse cão com fama de assassino e criado por pessoas de um mau gosto terrível.
9.11.07
6.11.07
Perseguições, baixarias e muxoxos – uma pequena história sobre processos eleitorais
Esta é a semana para inscrição de candidatos para Diretor Geral do CEFETRN e Diretor das Uned´s. Nesses últimos oito anos de funcionalismo público participei de processos eleitorais para Reitor na UESB e na UERN. As duas experiências foram repletas de "fortes" emoções, que eu espero não assistir nesse processo do CEFETRN. O diferencial é que nas duas universidades, trabalhei em Campi Avançados e não existia o processo de escolha de "Reitor" geral e "Reitor" local, o que, de certo modo, retirava a tensão peculiar do processo eleitoral que ficava concentrada no Campus Central. O processo eleitoral na UESB foi muito tenso. Existiam três candidaturas: uma de situação ligada ao PT/PCdoB, outra de oposição ligada ao carlismo e uma terceira de oposição às duas (mais à esquerda). O interessante naquele processo era a possibilidade do voto "camarão", ou seja, podíamos votar no Reitor de uma chapa e no vice-reitor de outra. Havia um acordo, entre os candidatos, para que a paridade dos votos prevalecesse como escolha decisória da consulta, mas seriam apurados os votos em todas as modalidades possíveis: proporcionalidade, paridade e voto universal.
Com a campanha na rua, os ataques, as blasfêmias e todo tipo de artifícios eram utilizados pelos candidatos e seus adeptos, afinal estava no páreo uma luta histórica contra o carlismo e, invariavelmente, os candidatos vencedores seriam os futuros deputados estaduais da região (o que se confirmaria posteriormente). Como optei pelo voto camarão, gerei uma celeuma dentro do grupo de trabalho que eu pertencia. Acreditei nas propostas da candidata a reitora mais à esquerda e, naquela época, ainda estava vinculado ideologicamente ao PCdoB, gerando uma relação quase institucional com a candidata à vice-reitora na outra chapa. Tempos difíceis... Essa atitude deixou-me desconfortável nos dois flancos, pois qualquer agremiação, num processo eleitoral altamente politizado como aquele, necessitava de apoios incondicionais. Porém, tentei manter a coerência política e isto me custou a amizade de bons profissionais, que não conseguiam distinguir o processo eleitoral (e suas incongruências) das relações no ambiente de trabalho.
Não sei se a última dor é a que sempre dói mais. A eleição para Reitor da UERN foi um processo muito desgastante. Quem conhece um pouco da história da instituição sabe dos problemas institucionais que ela carrega, e o antigo reitor era figura ímpar nos quadros reacionários de uma universidade que precisa muito aprender os conceitos de democracia e liberdade. Fazer oposição na UERN é quase como ser compreendido como um inimigo mortal dos mandatários do poder. Sendo oposição e perdendo as eleições, serás para sempre desapropriado de qualquer possibilidade de crescimento profissional. Mas, os riscos existem para serem corridos e não podemos abdicar de nossos ideais, mesmo que para isso exista o preço da perseguição política. Atirei-me ao processo eleitoral e juntei-me ao grupo de oposição. Debatemos propostas, escrevemos textos – exposição ao máximo. As urnas falaram o já esperado e o candidato de situação foi eleito, prometendo não perseguir ninguém, oferecendo inclusive uma Pró-Reitoria para os “derrotados”, o que para mim foi uma incoerência sem tamanho do grupo de oposição.
Nesses dois processos vi de tudo. As tentativas de candidaturas “laranjas”, expostas apenas para filtrar os votos da oposição. Uma atitude inescrupulosa e sem princípios éticos que deve ser abominada por aqueles que se dizem democráticos; A cooptação de discentes, utilizados inclusive como “bucha de canhão”, metralhadoras ambulantes a serviço de um dado candidato; A eterna confusão entre discutir idéias e querer “tomar” o cargo de outrem, nivelando o debate por baixo e afastando, da ordem do dia, a necessidade imperiosa de discutir projetos institucionais; A prática maniqueísta que “endeusa” uma candidatura e transforma a outra numa seção especial do diabo na terra, tornando a discussão do projeto institucional algo secundário; O velho e arraigo discurso de que “se você não votar em mim, perderá as benesses ou cargos que ocupa”, transformando o processo eleitoral em moeda de troca e afundando de vez as possibilidades de um debate profícuo.
Espero que dessa vez não seja preciso passar por tudo isso. Que possamos vivenciar um processo eleitoral com idéias maduras, atitudes coerentes e vinculadas a um projeto institucional. Tanto na UERN, quanto na UESB, geograficamente era muito difícil passar por um dos candidatos nos corredores das instituições. No CEFETRN (Uned Mossoró), isso é um fato cotidiano, o que não permite que a discrepância ideológica seja motivo de muxoxos e perseguições políticas envidadas de ódio e rancor – para o bem da Instituição Escolar.
Lauro Pires Xavier Neto
Professor do CEFETRN (Uned Mossoró)
Com a campanha na rua, os ataques, as blasfêmias e todo tipo de artifícios eram utilizados pelos candidatos e seus adeptos, afinal estava no páreo uma luta histórica contra o carlismo e, invariavelmente, os candidatos vencedores seriam os futuros deputados estaduais da região (o que se confirmaria posteriormente). Como optei pelo voto camarão, gerei uma celeuma dentro do grupo de trabalho que eu pertencia. Acreditei nas propostas da candidata a reitora mais à esquerda e, naquela época, ainda estava vinculado ideologicamente ao PCdoB, gerando uma relação quase institucional com a candidata à vice-reitora na outra chapa. Tempos difíceis... Essa atitude deixou-me desconfortável nos dois flancos, pois qualquer agremiação, num processo eleitoral altamente politizado como aquele, necessitava de apoios incondicionais. Porém, tentei manter a coerência política e isto me custou a amizade de bons profissionais, que não conseguiam distinguir o processo eleitoral (e suas incongruências) das relações no ambiente de trabalho.
Não sei se a última dor é a que sempre dói mais. A eleição para Reitor da UERN foi um processo muito desgastante. Quem conhece um pouco da história da instituição sabe dos problemas institucionais que ela carrega, e o antigo reitor era figura ímpar nos quadros reacionários de uma universidade que precisa muito aprender os conceitos de democracia e liberdade. Fazer oposição na UERN é quase como ser compreendido como um inimigo mortal dos mandatários do poder. Sendo oposição e perdendo as eleições, serás para sempre desapropriado de qualquer possibilidade de crescimento profissional. Mas, os riscos existem para serem corridos e não podemos abdicar de nossos ideais, mesmo que para isso exista o preço da perseguição política. Atirei-me ao processo eleitoral e juntei-me ao grupo de oposição. Debatemos propostas, escrevemos textos – exposição ao máximo. As urnas falaram o já esperado e o candidato de situação foi eleito, prometendo não perseguir ninguém, oferecendo inclusive uma Pró-Reitoria para os “derrotados”, o que para mim foi uma incoerência sem tamanho do grupo de oposição.
Nesses dois processos vi de tudo. As tentativas de candidaturas “laranjas”, expostas apenas para filtrar os votos da oposição. Uma atitude inescrupulosa e sem princípios éticos que deve ser abominada por aqueles que se dizem democráticos; A cooptação de discentes, utilizados inclusive como “bucha de canhão”, metralhadoras ambulantes a serviço de um dado candidato; A eterna confusão entre discutir idéias e querer “tomar” o cargo de outrem, nivelando o debate por baixo e afastando, da ordem do dia, a necessidade imperiosa de discutir projetos institucionais; A prática maniqueísta que “endeusa” uma candidatura e transforma a outra numa seção especial do diabo na terra, tornando a discussão do projeto institucional algo secundário; O velho e arraigo discurso de que “se você não votar em mim, perderá as benesses ou cargos que ocupa”, transformando o processo eleitoral em moeda de troca e afundando de vez as possibilidades de um debate profícuo.
Espero que dessa vez não seja preciso passar por tudo isso. Que possamos vivenciar um processo eleitoral com idéias maduras, atitudes coerentes e vinculadas a um projeto institucional. Tanto na UERN, quanto na UESB, geograficamente era muito difícil passar por um dos candidatos nos corredores das instituições. No CEFETRN (Uned Mossoró), isso é um fato cotidiano, o que não permite que a discrepância ideológica seja motivo de muxoxos e perseguições políticas envidadas de ódio e rancor – para o bem da Instituição Escolar.
Lauro Pires Xavier Neto
Professor do CEFETRN (Uned Mossoró)
21.10.07
20.10.07
10.10.07
HASTA SIEMPRE, COMANDANTE!

Hasta La Victoria Comandante CHE GUEVARA!
2.10.07
Os ipês amarelos de João Pessoa - PB

Quando adolescente frequentava a "Lagoa" de João Pessoa e ficava sentando nos bancos esperando as folhas dos Ipês caírem. Muitas vezes sozinho, pensando na vida. Depois li um texto do meu avô recomendando à visita ao tapete amarelo deixado pelas árvores. Ano passado registrei os Ipês e, para além da beleza deixada pelas folhas caídas, captei o excluído, indiferente àquela paisagem, apenas deitado, com a barriga vazia, com o sonho do próximo alimento e o véu amarelo encobrindo seu corpo.
12.9.07
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