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31.1.18

dú(vidas)

Tenho medo de estar enquadrado
De ser um quadrado
imóvel

Tenho medo da geração comida rápida
De fazer parte da estatística dos que não lêem
Neste país sem livrarias

Tenho medo de Deus e dos meus pecados
E tenho apenas um sentimento esquálido

Deus me livre dessas regalias
Dos anéis de ouro e prata
Dos bordéis e dos casacos

Quero partir nu
Rumo ao infinito
Sem sombra e sem dú(vidas)