Páginas

25.3.21

O silêncio da pedra

 (para João Cabral de Melo Neto)



O silêncio da não-poesia

me devora


Palavras não chegam


ao contrário


c   o   r   r   e   m


Fogem de mim


Em vão suplico


oro


presto atenção nas músicas

leio poemas

masturbo livros


Não há gozo


só o silêncio vazio da não-poesia