
De consciência pesada fui assistir “O amor nos tempos do cólera”, pois havia prometido que só adquiria esta obra após o término de “Cem anos...”. Mais uma vez fiquei encantado com o Gabriel. Se o filme conseguiu transmitir as intenções poéticas do autor é, de fato, uma obra magistral. Refletir sobre o que é o amor e o quanto ele pode durar é um trabalho sentimental fantástico, especialmente nestes tempos de amor supérfluo e descartável, exatamente como deseja o capitalismo para seus produtos.
51 anos, 9 meses e 4 dias foi o tempo esperado por Florentino, para poder ficar eternamente com sua amada. Em moeda de hoje quatro dias seriam suficientes para amar, transar, ter um filho e partir para outra. Filmes como este instiga uma reflexão profunda sobre os nossos valores, sobre as nossas relações diárias e sobre a subjetividade do ser humano. Não tenho dúvidas que a realidade concreta forja o ser humano, no sentido Marxista, e mais que nunca percebo que as relações comerciais capitalistas destroçam sentimentos e forjam o ser humano egoísta. Certamente Gabriel não discorreu diretamente sobre esse assunto, mas, as idiossincrasias de Florentino fizeram-me mais humano.
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