30.10.16
Provocações
Para Juljan Palmeira
À sombra de uma palmeira
Não descansam mentes perigosas
Subversivos sonhos
Microfones voadores
amplificando quimeras laboriosas
Metralhadoras poéticas
Agitam sábados subversivos
Encontro marcado
com Cabras Marcados para viver
Microfones vão voar
Disparos cíclicos
Serão nosso dia D
Serão cabeças no tempo
Subvertendo os segundos
Amplificando a autonomia intelectual
Não queremos respostas,
apenas provocações para fumar
Numa noite quente de luar...
27.10.16
14.10.16
My little Blue Girl
Enquanto escuto a Janis
Lembro do tempo que vivia nas nuvens
Lembro do Vietnã
E dos irmãos que lá ficaram
Lembro das metanarrativas
Tempo que sabíamos quem seguir
Lembro dos cigarros que nunca fumei
Dos canais de TV que não existiam
E de alguns amigos de infância
Que até então não eram fascistas
Lembro dos domingos de praia com meus pais
Ou das tardes de cachorro quente
Numa lanchonete de esquina em Jaguaribe
Ao ouvir a Janis
Lembro como ela era feliz
Como ela era livre
feito aquelas tardes de domingo
Ouço a Janis para me libertar
Tal qual nos tempos em que não fumei
Tal qual nos tempos que eu só precisava de um telefone de linha
E uma menina magricela para ouvir por horas
Ouço a Janis para lembrar o quanto era bom
estar apaixonado por meia dúzia de amigos aventureiros
Ouço a Janis para celebrar o tempo
O tempo que desejei ser hippie
Andar estrada afora sem a menor intenção de um dia voltar para os cachorros quentes de domingo
E quando a música da Janis terminar
Estarei de volta ao tempo da subjetividade
Às músicas de baixo calão
E a falta constante de créditos para poder ligar para aquela amiga magrela
Lembro do tempo que vivia nas nuvens
Lembro do Vietnã
E dos irmãos que lá ficaram
Lembro das metanarrativas
Tempo que sabíamos quem seguir
Lembro dos cigarros que nunca fumei
Dos canais de TV que não existiam
E de alguns amigos de infância
Que até então não eram fascistas
Lembro dos domingos de praia com meus pais
Ou das tardes de cachorro quente
Numa lanchonete de esquina em Jaguaribe
Ao ouvir a Janis
Lembro como ela era feliz
Como ela era livre
feito aquelas tardes de domingo
Ouço a Janis para me libertar
Tal qual nos tempos em que não fumei
Tal qual nos tempos que eu só precisava de um telefone de linha
E uma menina magricela para ouvir por horas
Ouço a Janis para lembrar o quanto era bom
estar apaixonado por meia dúzia de amigos aventureiros
Ouço a Janis para celebrar o tempo
O tempo que desejei ser hippie
Andar estrada afora sem a menor intenção de um dia voltar para os cachorros quentes de domingo
E quando a música da Janis terminar
Estarei de volta ao tempo da subjetividade
Às músicas de baixo calão
E a falta constante de créditos para poder ligar para aquela amiga magrela
Germe
Existe um germe dentro de mim
Existe um germe em plena lua cheia
Cheio de luas para orbitar
Este germe geme
Come ovo com clara e gema
Esse germe é meu tema
cotidiano
Todos os dias do ano
Este germe sou eu
É meu germe autofágico
É meu destino trágico
Este germe é o meu arrependimento
Guardado durante tempos
No meu apartamento
Em caixas verdes de departamento
Este germe é como um bicho geográfico
Que me atravessa de norte a sul
Comendo minha carne
De um cheiro atávico
Este germe me faz lembrar tão bem
Dos bons tempos de infância
Da luta de meu avô por um ramo de trem
Este germe sou eu
Ele repete
Como uma cantilena
Doce e fria
Este germe geme treme
Escreve em letras garrafais
Como se fosse tatuagem
Como se fosse o próprio Caifás
Este germe é minha coceira intermitente
Faz de tudo para estar presente
Por mais eu que tente e tente e tente e tente
Por mais que eu morda
por mais que eu mostre meus dentes
Este germe implantando
Será lavoura e colheita
Neste meu deserto tão árido
Um dia este germe
Descansará em paz
Numa saída sem muito alarido
Não terá mais quem sugar
Nem feriados chuvosos para comemorar
Nem tão pouco lágrimas para enxugar
Existe um germe em plena lua cheia
Cheio de luas para orbitar
Este germe geme
Come ovo com clara e gema
Esse germe é meu tema
cotidiano
Todos os dias do ano
Este germe sou eu
É meu germe autofágico
É meu destino trágico
Este germe é o meu arrependimento
Guardado durante tempos
No meu apartamento
Em caixas verdes de departamento
Este germe é como um bicho geográfico
Que me atravessa de norte a sul
Comendo minha carne
De um cheiro atávico
Este germe me faz lembrar tão bem
Dos bons tempos de infância
Da luta de meu avô por um ramo de trem
Este germe sou eu
Ele repete
Como uma cantilena
Doce e fria
Este germe geme treme
Escreve em letras garrafais
Como se fosse tatuagem
Como se fosse o próprio Caifás
Este germe é minha coceira intermitente
Faz de tudo para estar presente
Por mais eu que tente e tente e tente e tente
Por mais que eu morda
por mais que eu mostre meus dentes
Este germe implantando
Será lavoura e colheita
Neste meu deserto tão árido
Um dia este germe
Descansará em paz
Numa saída sem muito alarido
Não terá mais quem sugar
Nem feriados chuvosos para comemorar
Nem tão pouco lágrimas para enxugar
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