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11.5.07

o terceiro período pede sustento (1995)

Não é necessário muito esforço para se notar os olhos perdidos dos nossos colegas
Refletidos naqueles que há muito se foram, voltando de onde partiram.
De longe ecoam vozes: Teresina, Natal, Cajazeiras e até de não tão distante,
Se foram mais rápido que qualquer um de nós,
E nos tornamos cada vez mais perto, frutos da desilusão.
Exupery dizia que os adultos adoram números
Não precisamos mais deles,
Queremos vozes que nos retirem do abismo.
Sr. Schindler nos socorra, mesmo que seja necessário milhares morrerem
Deixem ao menos as migalhas
Restos inanimados que servirão de oradores às gerações futuras.
Olhem para nós, precisamos de vocês
"Não precisamos de máquinas", nem de grandes homens
Estamos cheios
Acabamos tolos, como o meio:
O homem do sorvete, o poeta, a menina dos olhos claros, o pessoal do interior, gente de Mangabeira, do pequeno carro, da musculação
Todos perdidos, clamando por vida
Tentando encontrar qualquer fuga
Que os livre deste triste fim
Todos unidos pela dor do amalgamar de sonhos com pesares
Não somos polacos, muito menos damas ou vagabundos
Somos olhos tristes
Sonhando com a liberdade

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