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6.7.14

Não mais que vinte

E faltam apenas vinte
Anos de solidão
Para poder cumprir qualquer tarefa
Qualquer meio de chão

Para poder fazer mais amigos
Desprezar qualquer quina
Ou milhão

Fiz as contas
Não mais que vinte
Futuro certo
Filho criado
Destino revide
Solo fértil
Da mãe gentil

Não mais que vinte
Anos de contemplação
Caberão quantos assaltos
Quantas ocupações
Quantos escritos
Saídos do forno
Bem quentinhos
Passados na manteiga
Na contramão

Não mais que vinte
Subir e descer
A antiga Palmeira
Passar no Cem Réis
Cortejar Livardo Alves
O busto de Augusto
O Caixa D'Água

Não mais que vinte
Não mais que pinte
Tinta guache em meio muro
Não preciso de mais

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