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20.12.10

Tempo

Seguro na mão do tempo
Para que ele não siga
Alado levado pelo vento

Seguro na mão do tempo
Com o desejo de procrastinar
A imensidão retumbante
Dos deliciosos momentos

Seguro na mão do tempo
Atrasando os segundos
Avançando os prazeres
Retendo os rompantes
Tão escassos de torpor

Amarro o tempo
Com cordões retorcidos
Com nós inadiáveis
Com toda força das
amarras

Solto o tempo
Quando ele está incompreensível
Quando ele me afoga nas verdades
Quando ele cospe a cruel realidade

Solto o tempo
Nas ladeiras da vaidade
Guiado por carrinhos
De rolimã da tenra idade

Solto o tempo
Nas noites soturnas
De solidão apagada
Do teu cheiro distante
No clarão da madrugada

Mas o tempo de cara amarrada
De muxoxo febril
Não se deixa segurar

Mas o tempo de forte caráter
De decisões finalistas
Não se deixa soltar

Um comentário:

Aventuras de LegionFu disse...

Parabéns... perfeitos pensamentos e sensações!
Tempo...
Tempo amigo de sempre...

"falta um tanto ainda
Eu sei..."
Abraços

força sempre!