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24.12.10

Rateio


Telegrafei minhas mensagens mais dolorosas
Do meu jeito prolixo de ser
Tentei te avisar que todas as rosas
murcharam
Que não quero mais te ver

Quando fui desprezado
Apaixonei-me pela vida boêmia
Pelo tom aprazado
De amar qualquer esquizofrenia
amorosa
Em meio a recados pouco inteligíveis
Grafei ares de solidão quando a magia
tornou-se fim
Em meio a tantos desejos dirigíveis
Restou-me estudar a escatologia
desta paixão

Só encontrei destroços de uma penada
Entregue a qualquer calçada
Remetida a qualquer relação
Emergida em qualquer ereção

Agora, antes cheio,
Sou vago, sem escrúpulos
Faço do amor um rateio
Daquelas que melhor der seus pulos

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