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11.12.10

Sabor de liberdade


Saboreio a liberdade
Prato quente para o povo
Indigesto para os reacionários
Causa cólica nos mordazes

Liberdade temperada com o sangue
Da história e da luta

Liberdade tão negada
Às vezes incompreendida
Às vezes negligenciada
Às vezes tão distante
Às vezes destemperada
Que o povo não sabe nem o sabor
E segue descontente,
descrente
E não consegue nem salivar

Liberdade plantada em terreno árido
Sofre para brotar
Reza para florir
Precisa de tempo para vicejar

Tempo escasso,
Indisponível para os desejosos
Do tempo imediato

Tempo necessário
Para colher a liberdade
E saboreá-la com requinte
De perpetuação

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