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15.9.16

eu, vezes nada

Eu, trambolho de gente
Deixo essa última carta
Escrita com o dente
trincado de ódio

Eu, trambolho de gente
Filho do Augusto e do amoníaco
Sinto cheiro de enxofre
Nas cadeiras de chefes demoníacos

Eu, trambolho de gente
Cego de um olho
Míope de outro
Só enxergo meias verdades

Eu, trambolho de gente
Sou maltrapilho
Indecente
Visconde feito de milho

Eu, trambolho de gente
Sou uma rima no deserto
Uma lágrima no oceano
Ninguém de fato, decerto

Eu, trambolho
Às vezes gente
Às vezes ato
Às vezes nada
vezes nada

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