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13.5.13

AutoExílio

Que saudade do verdelouro das tuas ruas
do chão amarelado no outono
folhas de ipês caindo mansinho

Que saudade da disputa do teu nome
rubro-negro conservador em contraste
com o verde-branco da liberdade

Que saudade do Radical discursando
da boca maldita do Ponto Cem Réis
dos jornais afixados pelo Régis
no Paraíba Palace Hotel

Que saudade da melodia da Tabajara
do fim de tarde no Sanhauá
dos mergulhos infinitos na Arapuca
da expressão máxima das praias do sul

Que saudade da casa d@ Vovo
da avenida Bahia, bem longe do Salvador
do campinho da EMLUR
do chorinho sem vela
do oceano sem tela
dos corais
azuis sem tê-la

Que saudade da escola técnica
d@s amig@s de longa data
das estrelas
do luar

Quem dera um dia poder semear
este campo
fazer florir histórias
esverdear esta bandeira
cumprimentar o sol
e dormir plenamente
ao som da seiva crescente
em paralelo com o mar

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