“O Povo chegou ao poder”
A tropa de choque em comemoração
Lançou spray de pimenta
Brindou o Povo com safanão
Cobriu o céu com balas, azul rebenta
“O Povo chegou ao poder”
A Guerrilha Cultural em comemoração
Ofertou o circo em cada praça
Esqueceu-se de lançar migalhas de pão [duro]
E deixou todos em estado de graça
Nossas almas parecem não ter mais
Dor nelas
Se queira ao menos
Ver os mar secar
Lá em Marrocos
Em toda esquina
É fra(in)tricídio
Transformou a luta histórica
Em carguinhos
Fez vencer as lá cerdas
Adormecidas da Arena
Cunhou no Povo a marca
Indelével
Da pisada do choque
Fez vencer o sindicato pelego
Dando ordens ao iMPerialism
“O Povo chegou ao poder”
Os empresários e sua máfia
Rezam missa ao lado
Da milícia paramilitar
Rezam a homilia com muito
(C)aldo e dizem: Povo
Go TTo home!
Para alguns
A massa ficou rica / ardor fervoroso
Mas a realidade diz o contrário
E só arde quando lembro
Que “quase acreditei na sua promessa...”
Mas vão dizer que meu peito doído
É apenas bir(r)a
Não foi exatamente a tropa do “Povo”
Que estuprou [violentamente] meus desejos
Dilacerou em porrete
Deixou escurinho o chefe de gabinete
A tropa do “Povo”
Pisou os girassóis
Matou as urquidéas
Escancarou as falácias midiáticas
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