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10.2.10

súplica

Teus olhos falam mais que tua boca
Teu corpo, impactado, recebe minhas notícias
Descobre-me imperfeito, real, e duro como uma broca
Teu corpo recua, me policia

És humano, é a grande descoberta
Não é um sonho que simplesmente rebenta
És forma, cor, luz, ilusão
Ser humano por completo, sem inclusão

Teus olhos castanhos mudam de cor
Tua altura varia, por pura emoção
Minha camisa desbotada, transpira qualquer odor
Cheiro intenso, ocre, de comoção

Teu corpo carrega pedras
Transborda dúvida, te escrevo letras
Para alentar o vazio da inspiração
Teus beijos falam, imploram pela transposição

É uma batalha sem fim que gera catatonia
Afoga sentimentos, agonia
São manhãs infindáveis, respostas que não chegam
Escritos que não tardam

A felicidade é só um degrau
Neste lance infinito de subidas e descidas
E a súplica verdadeira – afasta de mim todo mal
Cura, fecha, adormece todas as feridas

Um comentário:

Ayala disse...

Estive por aqui, vejo que tens um gosto por poesia.