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28.2.10

sobre o 29o Congresso do ANDES/SN

O 29º Congresso do ANDES-SN marcou minha volta aos grandes debates do Sindicato dos Docentes das Instituições de Ensino Superior. Em 2003 participei, pela primeira e única vez, do Congresso de Teresina-PI, num momento conjuntural bem mais tenso que o atual, refletido pela vitória de Lula nas eleições presidenciais de 2002. Naquela época, as discussões estavam centradas na perspectiva, já superada, de disputar o governo por dentro o que gerou grandes divergências no interior do sindicato e polarizou o debate na capital do Piauí. Para mim, neófito nos congressos do ANDES-SN, foi uma excelente experiência, porém com um ar desconcertante de não poder contribuir amplamente com a discussão.

Rompida a atmosfera impactante do primeiro evento, me senti mais a vontade em participar das discussões do 29º Congresso, que avalio como bem mais “tranqüilo” que o de Teresina. A grande preocupação pairava sobre a necessidade de participação mais ativa da “base” de docentes nas discussões centrais do sindicato, certamente prejudicada pelo surgimento de outro sindicato, pelego e governista, que teima em confundir os docentes e retirar a força histórica de luta do ANDES-SN.
Chama a atenção a força política do Caderno de Textos, com contribuições essenciais para a articulação do ANDES-SN com os Movimentos Sociais, Movimentos Estudantis e Movimentos de Base, compreendendo a ação sindical, não como algo isolado, mas com uma presença ativa nos projetos mais amplos de transformação social.

É preciso neste momento que as teses do Congresso não se percam com o tempo, necessário aglutinar esforços para que possamos transformar em ações concretas as deliberações do 29º Congresso, especialmente nas discussões sobre a mercantilização da educação, cotas nas universidades, combate as fundações ditas de apoio, precarização do trabalho docente, fim da Dedicação Exclusiva – estes temas centrais – mas também enfrentamentos mais amplos como o investimento público em megaeventos (leia-se Copa do Mundo e Olimpíadas), políticas públicas de saúde, questões de gênero, classe e etnia etc.

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