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27.12.09

a última do ano ou prá não dizer que não falei das flores

Esta manhã descobri que não me mereço mais
Que os discursos plantandos ao longo do tempo
Foram varridos céu afora
Todos os meus desejos foram ceifados
Degolados por atitudes insanas
Pelo meu próprio egoísmo
Minhas fraquezas
Meus limites incontestáveis
O chão ensopado de lágrimas
Derramadas ao teu lado
E nunca percebidas
Esse ritual de passagem foi tão necessário
E tão esperado quanto a insensibilidade
De teus olhos cegos
Desprendo-me das minhas entranhas
Reviro-me ao avesso
Da lima costuro sonhos
No céu de um futuro incerto

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