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13.11.09

surto de realidade

Os encontros juvenis estão tão velhos
e passados
Não encontro mais a turma nos passeios
pela cidade
Enraizado nesta urbe, me alimento
com as fotos antigas
Recomeço minha vida a cada instante

Sonhos antigos embolorados
por sujeitos cretinos
Paisagens esverdeadas, num frio
de quarenta graus

Cercado, perseguido,
Pressinto o perigo se aproximando
Nuvens escalonadas afastam o perigo

Não devo e não pago
Quem deve é quem deve
pagar

Percebo o sulco em minha alma
Desperto a meia noite
E sigo sem sentir
As manhãs com manhas
Desejos e espelhos

Todos os herois morreram em combate
Mas eles continuam vivos,
Na estante lá de casa

Absorto, torno-me uns e outros
Até o primeiro surto de realidade

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