Macondo é aqui
Macondo não é Bogotá, nem Jampa, nem Medellín
Macondo são os destroços dos sonhos construídos
Por gerações a fio
São as aberrações ordinárias por ordem de
São casas pintadas da mesma cor
Que resistem as imposições locais
Macondo foi o sonho da minha geração
Um lugar decente para plantar, sorrir, cantar
Foi uma casinha de varanda,
Com bois, vacas, galinhas
Foi a melancolia que tanto sonhei
Macondo inundou-se em promiscuidade
Em notas trocadas por sexo
Em um não fazer cotidiano
Macondo suprimiu muita gente
Arrasou desejos
Amordaçou as minorias
Sucumbiu em desatinos
Um lugar de veleidades
Quimeras inconclusas
Livros por escrever
Macondo não é um lugar mau
Tornou-se inóspito pela graça
Malfadada de seres egoístas
Ou neófitos convencidos ao acaso
Aqui já foi minha paragem
Tornou-se, agora, meu algoz
Macondo não deveria mais existir
Uma chuva de consciência
Carece destruir, com furacões ferozes,
A última saga de uma geração
E fazer rebentar outra massa
Outro pão,
Um verdadeiro alimento de libertação
Nenhum comentário:
Postar um comentário