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24.3.09

canção de retorno

incrédulos desejos
estocados de passado
sucumbidos em boa-hora
delimitados pela consciência
desejo interminável de ouvir uma
história que pudesse reverberar num

final feliz

soluços, soluços
devaneios e ilusões
presas fáceis de impulsos
de sentimentos casados
e momentaneamente
inseparáveis

apenas mais uma história
entre tantas que já ouvi?

ao contrário, a mais longa
viagem insólita
pelos labirintos
insuspeitos de uma lágrima
intensamente derramada

chora copiosamente a verdade
enclausurada
amargada
e pacientemente construída

flui a vida glamourosamente
decepada
porém vivida no limiar
intangível de um duplo
ressoar

entre o risco da morte
e o não querer sobreviver
é melhor atirar-se no rochedo
e respirar profundamente apenas
por um segundo

vida plena,
magoada,
maltratada,
mas vivida intensamente

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