Nessa travessia aproveitamos para conversar com os dois pescadores que fizeram os papéis de remadores. Lá em Dona Aparecida já sabíamos que a água da localidade era péssima, com Júnior e Edivaldo confirmamos o descaso com os habitantes locais. Ficamos filosofando sobre as possibilidades de mudança, ou não, da vida naquela localidade. Arlindo achava que aquilo era um paraíso, vida pacata e mansa era o suficiente. Perguntei se aqueles jovens estudavam. Júnior falou que estava cursando o terceiro ano do ensino médio, que por muitas vezes acordou às 4h30min da matina para poder pegar o transporte da Prefeitura e poder estudar na "cidade", quando o ônibus quebrava (fato freqüente) voltavam andando. Disse que tem professor que passa até um mês sem aparecer. A merenda, quando tem, é servida também para o ensino médio (o pessoal lá dá um jeitinho). A travessia é longa, requer um trabalho braçal intenso. Lembrei da placa publicitária do governodoestado (sic) que cedia R$ 25.000,00 para a Comunidade de Barra de Mamanguape para implementar um projeto de artesanato. Detalhe: o dinheiro era empréstimo ao Banco Mundial (projeto cooperar). Será que o governo não possui autonomia financeira para bancar vinte e cinco mil? Para "ajudar" a esposa do deputado Ruy Carneiro a fazer uma cirurgia bucal o governou "doou" quase essa quantia. Será mesmo uma vida feliz?
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