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17.7.23

Sociedade dos poetas putos e mortos

 Leio escritores mortos

e saceio minha fome com a carne das escritoras (mortas)

Esbanjo-me com Sartre

Enamoro Clarice

Converso com Drummond


Rogo o dia da Cerimônia do Adeus


Minha carne entregue a jovens leitores

Agradecendo a sanha voraz do verme que me transformará em pó

Morcegos-consciência baterão à minha porta

E abrirei bem prazenteiro

(para passar o cozinheiro)


Estarei no céu nublado com os Anjos de Augusto

Na moral de Vinícius

Cortando lenha com o Machado de Assis


Não haverá mais ombros

Nem terei que suportar o mundo

Apenas eu passarinho

Voando livre pelo céu


Voltarei a ser Barro na casa de Seu Manoel

Irmão de Mário da velha Quintan(d)a


E uma flor de Lis (pector)

Será jogada junto com minhas cinzas

nos bailes da vida

Anunciando o (re)Nascimento de Milton e dos amigos do peito

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