Leio escritores mortos
e saceio minha fome com a carne das escritoras (mortas)
Esbanjo-me com Sartre
Enamoro Clarice
Converso com Drummond
Rogo o dia da Cerimônia do Adeus
Minha carne entregue a jovens leitores
Agradecendo a sanha voraz do verme que me transformará em pó
Morcegos-consciência baterão à minha porta
E abrirei bem prazenteiro
(para passar o cozinheiro)
Estarei no céu nublado com os Anjos de Augusto
Na moral de Vinícius
Cortando lenha com o Machado de Assis
Não haverá mais ombros
Nem terei que suportar o mundo
Apenas eu passarinho
Voando livre pelo céu
Voltarei a ser Barro na casa de Seu Manoel
Irmão de Mário da velha Quintan(d)a
E uma flor de Lis (pector)
Será jogada junto com minhas cinzas
nos bailes da vida
Anunciando o (re)Nascimento de Milton e dos amigos do peito
Um comentário:
Que lindo
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