Páginas

8.7.21

Manifesto poético

 Minha inspiração poética é fruto do desprezo das paixões


São as cartas de amor que escrevi e logo tombaram nos tambores de lixo


Minha inspiração poética é fruto da febre do rato que roeu as cartas de amor


É a febre de 40 nos verões dos anos 90'


Minha inspiraçã poética é a melancolia do Drummond


É o homem que também chora do Gonzaga Júnior


É o drama do pequeno burguês da idade da razão do Jean-Paul Sartre


Minha inspiração poética é o ônibus que quase-me-atirei numa desilusão amorosa


É a placa de pare dizendo: não morra


É o cigarro que nunca fumei


É a canção que nunca escrevi


São os poemas que nunca foram lidos


E aguardam a crítica roedora dos ratos

Um comentário:

engaztop2 disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.