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5.9.20

Menino

 Não tenho tempo para agruras

Nem para subjetividades


O menino pobre que puxa a carroça

Grita no meu pé de ouvido


Sigo descalço, humilde

Não sinto as trepidações do asfalto


Não sinto o cheiro ocre da latrina

Nem o gosto da miséria


O menino pobre que puxa a carroça

Vem puxar meu pé à noite


Não deixa que eu assista à minha série favorita

Sussurra que a vida não é ficção

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