Páginas

25.8.16

Canibais

Estou embrutecendo
Uma colônia se espalha ao meu lado
Vermes crescendo
Sem parar

Poemas não brotam mais
Nesse desaguadouro
De canibais

Sujeitos comem minha carne
Repelem meus livros
Queimam meu corpo que arde

Estou embrutecendo
Estou emudecendo
Estou descendo
ladeira abaixo

Sinais dos tempos
De silêncio e tecnologia
Sinais dos tempos
Ventos conservadores
Não alimentam a autofagia

Guitarras não reagem mais
Crianças não reagem mais
Meus sonhos não suspiram mais

E (quase) todos escondidos com medo
dos canibais

Nenhum comentário: