Tenho sobrevivido aos abalos vívidos
Dos tremores sísmicos
Da escala ríspida
Tenho sobrevivido sem bares nem ares
Aos apelos do iogurte de sabor fenomenal
Em potes de uma vida insossa
Tenho sobrevivido aos rumores enlatados
Dos amores infiltrados
Com prazos recursais indeferidos
Tenho sobrevivido ao tempo
Aos espasmos midiáticos, à crítica teatral
As peças pregadas pela vida
Tenho sobrevivido especialmente
A esses restos de homens
A esses pratos de ontem
A esse ofício sem rumo
A essa noite sem fim
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