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14.5.15

Sobrevivido

Tenho sobrevivido aos abalos vívidos
Dos tremores sísmicos
Da escala ríspida

Tenho sobrevivido sem bares nem ares
Aos apelos do iogurte de sabor fenomenal
Em potes de uma vida insossa

Tenho sobrevivido aos rumores enlatados
Dos amores infiltrados
Com prazos recursais indeferidos

Tenho sobrevivido ao tempo
Aos espasmos midiáticos, à crítica teatral
As peças pregadas pela vida

Tenho sobrevivido especialmente
A esses restos de homens
A esses pratos de ontem
A esse ofício sem rumo
A essa noite sem fim

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