Para Josué de Castro
Tantas vezes escutei:
- Que carro lindo
E eu só consigo enxergar o escapamento
O fetiche da mercadoria
A linha de produção
Poucas vezes, ou nunca,
Escutei:
- Que poema lindo
Ainda bem que tais pessoas
Continuam com suas portas trancadas
Com cadeados enormes
Escondendo-se daqueles que não comeram esta manhã
Tentando escapar da geografia da fome
Ato irresoluto, pois da fome não se escapa
Mesmo que dentro de uma BMW com dois canos
[de escape]
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