Meu professor salário não tem não
Minha escola não tem plinto
Na verdade todos os alunos são
Do pré ao quinto
Na merenda tem biscoito
O Conselho está irregular
O FUNDEB, sem muito esforço
O Coronel consegue faturar
Meu professor está cabisbaixo
O diretor tem o poder
Rapadura está no tacho
Sem bola no recreio é de doer
Não temos computadores
Nem direito de aprender
Sofremos com tantas dores
Que ainda hão de aparecer
O Lula até chorou
Acho que lembrou
Da nossa escola, que não é toda e sim um pedaço
E nós aqui, temos que ter peito de aço
Disseram que agora o esporte
Invade a escola
Mas, isso é de morte
Nossa escola não decola
Não há escola, há esfarrapados
Não tem badminton, vôlei ou qualquer variedade
São sonhos esparramados
Distantes da realidade
29 bilhões para a o sonho Olímpico
E eu te peço ao menos o piso
Por favor, eu suplico
Para o professor não ficar tão liso
E agora são sete anos
Para aumentar as medalhas
Será que encontrarão os insanos
E nós continuaremos com as migalhas?
Queremos escolas, para cumprir o desiderato
Velho sonho de uma educação de verdade
Longe daquele rato
E da gente cheia de vaidade
As escolas do campo nada têm
Quadro e giz, no máximo
E meus amigos não nadam bem
Não sabemos o que é handebol
Basquete ou voleibol
Só sabemos o que é um pau-de-arara
E não aprendemos nem o salto com vara
Beisebol, hipismo, marcha atlética
Deve ser algo do primeiro mundo
Aqui é gude, pula-corda e banho de bica
E uma corrida até a casa de seu Raimundo
Minha escola nem no IDEB apareceu
É escola do campo e não mereceu
Vai ver que só os primeiros terão vez
No Rio 2016
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