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9.1.25

Manifesto Parahyba

Sou o único Paraibano nascido em Recife

Tenho sangue mestiço, mameluco do leão do norte

Mergulho em corais e arrecifes


Sou o único Paraibano nascido em Recife

Por isso, não acredito que o mundo surgiu no Marco Zero

Sou mais os bondes do Ponto de Cem Réis


Mordo tubarão a grito na praia de Boa Viagem

Mas prefiro um banho tranquilo em Coqueirinho


Sou Ariano às avessas, pernambucano desnaturado

Não nasci no Palácio e tomei rumo

Li o Auto, mas agora releio Torto Arado


Não ostento o Galo, passo carnavais com as Muriçocas

Não faço rinha com quem é o maior do mundo

Gosto mesmo é de carne seca com paçoca


Não chio para mostrar o amor pelo (e)sport(e), nem tenho time fora de série

Não vou aos estádios aos domingos

Nem escondo minhas intempéries 


Sou o único Paraibano nascido em Recife

Filho de Das Neves e Frederico, na luta por seu nome sedimentado

Sem essa dos Cavalcanti, quero mesmo minha Parahyba grafada com ypsilone

Um comentário:

Patrícia disse...

"(...) quero mesmo minha Parahyba grafada com ypsilone."

Eita, Capitania de Itamaracá na época da colonização portuguesa; Capitania da Paraíba; do tupi pa'ra a'iba, que significa "rio ruim" ou "rio de águas difíceis de navegar", Capitania Real de Filipeia de Nossa Senhora das Neves; Parahyba linda com todas as suas nuances, cores e maravilhas.