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6.5.16

Oração

Desejo que você não se vá
Depois de um dia obscuro
Depois de ter que pular tanto muro
Desejo que você não se vá 

Depois de esbarrar com tantos empertigados
Depois de assistir tanta tevê vazia
De ter que conviver com essa azia
Por favor, não se vá 

Depois de olhar para o meu umbigo
E ver um sujeito ignóbil
E saber que é tão óbvio
Que sou tão egoísta quanto essa res publica

Você me responde com um tapa de luvas
Com uma clave de sol resplandecente
- Durma com a escuridão e com a sua visão turva

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