Terça, três da madrugada. Acordo depois de um pesadelo. Uma sala de aula, alunos procurando intrigas e blasfêmias. Tentativas frequentes de estratégias para desestabilizar o professor. Conversas paralelas, caras e bocas. Tocaias para provocar o erro. Ar sarcástico, ironias, desamor.
Acordo ofegante e passo a escutar o alarme do relógio hora após hora, até as seis da manhã.
Começa o dia. Uma rotina que se prolonga por longos dezoito anos.
A última vivência, sempre taxo como a mais dolorosa experiência do magistério que enfrentei. Meus neurônios não suportam, fustigados pelo tempo.
Um equívoco qualquer é inevitável apesar das longas horas de preparação e leituras prévias.
O pesadelo era a antevisão, a aula a realidade.
Seres inacabados, de sentimentos inexplicáveis, transformam o déjà vu em tormenta concreta.
Próxima terça, enfrentarei um novo colisseu de leões sedentos que irão se revezar até dezembro - ou até eu parar de oferecer minha carne de Jó.
Nenhum comentário:
Postar um comentário