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15.2.14

Passeata

Essa lógica de mundo estorvo
Com essas bombas alimentadas pela fome
E essa concorrência desenfreada

Pegue esse pedaço de pão, tome!
Alimente esse corvo
Em qualquer praça do meio do mundo

Já disse que não sou Raimundo
Sou esse sujeito fétido, imundo
"Que escarra na boca que beija"

E meio torpe, desarmado
Canto as sesmarias
Em qualquer lote desafinado

Mas, olhe ao lado
Sem carro, sem pão, nem mesmo pássaro
Para dar comida ou ser passado

Vou rogando por mudança
Esperando que qualquer passeata acabrunhada
Leve-me para as asas da esperança

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