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26.2.16

Novidade

Depois da febre dos 40
Ando repetitivo demais

Sem novas palavras
Sem novos temperos

Poemas com o mesmo fim
Caldo de feijão preto com o mesmo sabor

Se ao menos soubesse fazer um tropeiro
Ou escrever romances sem fim

Até os cabelos brancos parecem iguais

Qual a novidade nos canais de TV?
Qual a novidade nos anais da história?
Qual a novidade da máquina de escrever?

A vitrola roda os mesmos discos de 1980
O noticiário estampa as mesmas manchetes de 70

Qual a novidade desses poemas sujos?
Qual a novidade do Cristo redentor?
Qual a novidade deste sistema predador?

João Pessoa não virou Paraíba
Goulart não foi assassinado
Getúlio não criou o Fundo de Garantia

Qual a novidade no Cine Banguê?
Qual a novidade na obra de Zé Lins?
Qual novidade vai me fazer feliz?!??!??!

25.2.16

Perdão

O teu pedir perdão
É um salto no infinito
do tempo
As mágoas, as contradições
As feridas abertas

O teu pedir perdão
É uma carta sem logradouro
Palavras que chegarão
No desaguadouro
da ilusão

Peço perdão por ti
E vou dormir em paz