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3.11.15

Futebol

Fui dormir pensando na "voadora" que meu filho levou de uma outra criança.

Ernesto adora futebol, e mesmo numa pracinha, sem espaço para a prática futebolística, é inevitável improvisar travinhas e times. Sem conhecer ninguém, basta colocar sua surrada bola de vôlei de praia para correr praça a fora que começam a chegar os novos amigos interessados num joguinho de futebol com bolas e espaços inusitados.

Dois meninos se aproximaram, um pequeno demais para os cinco anos de Ernesto, outro grande demais. Com o pequenino ele brincou de ser o dono da bola, correr praça inteira e não perder o controle da brincadeira. Quando o menino mais velho entrou na roda foi com o sentimento do violento esporte bretão. Entradas maldosas, ar competitivo e jogadas agressivas, incompatíveis com a idade daqueles que só viam prazer naquela prática espontânea.

Eu deveria ter encerrado a brincadeira no primeiro round. Não o fiz, e as consequências foram a queda no chão duro, o arranhão e o choro.

É o futebol, desde a tenra idade, mostrando a rudeza das nossas relações sociais.